sexta-feira, 19 de janeiro de 2007

Red Bull faz marketing na tragédia

A cratera no canteiro de obras do Metrô em Pinheiros tem atraído curiosos, jornalistas, familiares das vítimas e até quem queira fazer um pouco mais de marketing de seu produto.

Com 90 latas da bebida energética Red Bull em mochilas térmicas, três moças apareceram nas imediações da cratera para divulgar o produto. Por volta das 13 horas, ultrapassaram o cordão de isolamento, que tem sido extremamente rigoroso para não permitir a chegada da imprensa e de pedestres perto do buraco, e saíram distribuindo as latas.

Policiais militares, funcionários da Transcooper e engenheiros receberam a bebida. "A gente veio mostrar o lado funcional dela", disse Maitê Camargo, de 20 anos, uma das promotoras de vendas. O "lado funcional" seria manter a pessoa acordada e ajudar a combater o cansaço.

"A gente sabe que é uma situação complicada", disse a promotora Fernanda Souza, de 22 anos, questionada sobre a exploração da tragédia. Mesmo assim, ela e as duas colegas permaneceram dentro do cordão de isolamento, na Rua Capri, por 15 minutos.

Segundo a Assessoria de Imprensa da Red Bull, o objetivo da iniciativa era mostrar o "benefício energético" para os bombeiros e não divulgar a marca. O trabalho das garotas - todas bonitas e maquiadas - é focado em procurar caminhoneiros, médicos em plantões, esportistas e outras pessoas "em situação de cansaço físico e mental".

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É como diz o ditado: tragédia no buraco dos outros é refresco.

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